Antes do jogo rezei para que o Alto pudesse ser generoso com nosso menino Guga. Pedi com muita força e fé para que ele pudesse jogar bem e ganhar. Ele não ganhou, mas não perdeu assim tão feio. Foi guerreiro, e várias vezes soltava umas bombas de esquerda , de direita lá no fundinho da quadra, fazendo o Paul parecer um limpador de parabrisa em funcionamento. Duas curtinhas rente a rede também foram maravilhosas de se ver. Pena que não foi o suficiente para ganhar o jogo, mas o bastante para me deixar extasiada, maravilhada e cada vez mais amante do tênis. Pela reação dos comentaristas da ESPN Brasil, o êxtase não era só meu. Muitos e-mails chegaram na redação narrando choros e homenagens a Guga. Foi muito emocionante ver Guga ganhar como lembrança um pedaço da quadra central, vê-lo sendo aplaudido de pé por centenas de franceses, alguns poucos brasileiros e outros poucos estrangeiros que lotaram a quadra para assistir ao show de Guga. Parecia que o francês na quadra era Guga. O pobre do vencedor Paul-Henri Mathieu, após o termino do jogo, ficou no canto, só olhando e pensando o que era aquilo com seus compatriotas reverenciando o cara vermelho e cabeludo que perdeu 3 sets de uma só vez. Não demorou muito, Paul-Henri Mathieu voltou a si, até muito simpático e lembrou que ali estava um tri-camepão de Roland Garros.
Guga, você foi de mais nas quadras e fora delas.
Dedico esta postagem a todos os meus queridos amigos tenistas que deixei em Sumaré. Foi com eles que aprendi a amar tênis.
-Cristina, minha companheira de quadra às 07:00 da madruga. Jogar contigo sempre foi um prazer. Você sabe como poucas as boas maneiras dentro da quadra;
- Rogério, obrigada pelas aulas. Obrigada pela paciência em tentar colocar em minha cabeça os fundamentos do tênis. Não me graduei com louvor nas suas aulas, mas dou minhas raquetadas. O seu deslocar na quadra é algo bonito de se ver. Netto costuma dizer que ao jogar contigo, só chove na parte da quadra que ele esta. Você sempre sai seco e ele molhado de suor de tanto correr como um louco atras de sua bola. O choro é livre Netto;
- Lizandra, saudades de ver você jogar e socar a homaiada* (*lá em Minas se fala assim quando queremos dizer todos ou diversos homens);
- Jura, companheira de dupla. Me lembro bem de nossas trocas de pancadas e eternos 40 iguais. Depois, sempre uma pretinha alegrava nossa tarde. Para você uma, para mim umas 4 estava bom para começar.
- Sérgio, meu eterno torcedor e defensor. Nunca esqueci sua torcida e defesa em minhas partidas mais acirradas e polêmicas do ranking. Como vai seu facão? Afiado? E seu tomarroc na paralela? Jogar com você não pode ser com raquete, tem que ser com um enxadão para desenterrar a bola.
- Ricardo, você foi o primeiro a ver que minha esquerda era medíocre. Eu disfarçava bem, mas você perspicaz viu e ensinou a Cris só mandar na minha esquerda. A danada seguiu seu conselho e daí virei freguesa.
- Senhor Zé. Obrigada pela quadra sempre limpa, varrida e molhada. Obrigada por deixar a área do tênis sempre organizada, dentro do seu possível e alcance. Saudades viu?